Ansiedade: quando o corpo fala, mesmo quando não entendemos por quê.

A ansiedade é uma das queixas mais comuns nos atendimentos em saúde mental. Ela pode se apresentar de formas diversas — como preocupação constante, sensação de estar sempre alerta, dificuldade para relaxar ou até mesmo por meio de sintomas físicos, como dores musculares, insônia, taquicardia ou respiração acelerada.
Mas, afinal, o que é a ansiedade? E quando ela se torna um sinal de que precisamos de ajuda?

Ansiedade: presença inevitável na vida psíquica

Todos nós, em algum grau, experimentamos a ansiedade. Ela faz parte da vida humana: é uma reação emocional diante de algo incerto, desafiador ou que percebemos como ameaça.
Em muitas situações, a ansiedade tem até uma função protetora — ela nos prepara para lidar com o perigo, nos alerta para riscos e nos ajuda a agir com cautela.
No entanto, nem sempre conseguimos escutá-la de forma produtiva. Em muitos casos, a ansiedade se intensifica a ponto de atrapalhar nosso funcionamento cotidiano, gerando sofrimento emocional e físico.

Nem sempre sabemos o motivo da ansiedade

Um ponto importante: a ansiedade nem sempre tem uma causa consciente ou clara.
Em alguns momentos, conseguimos identificar seu motivo (“tenho uma apresentação importante amanhã”, “estou preocupado com um exame médico”). Mas há situações em que os sintomas aparecem sem uma explicação evidente — o que, muitas vezes, aumenta ainda mais a angústia.
Na clínica, é muito comum ouvir frases como:

“Eu sei que não deveria estar tão ansioso, mas não consigo controlar.”
“Sinto um aperto no peito, uma tensão constante, mesmo quando está tudo aparentemente bem.”
“Parece que meu corpo está falando algo que minha mente não entende.”

É exatamente nesse ponto que a escuta clínica cuidadosa se torna essencial: compreender a ansiedade exige mais do que controlar os sintomas — exige dar sentido ao que está em jogo subjetivamente.

Quando a ansiedade se torna um problema?

A ansiedade merece atenção quando começa a comprometer o seu bem-estar, sua rotina ou seus relacionamentos. Alguns sinais de alerta incluem:

• Preocupações constantes e difíceis de controlar
• Sensação de estar sempre “no limite”
• Alterações no sono ou no apetite
• Irritabilidade ou inquietação
• Dificuldade de concentração
• Sintomas físicos sem causa médica aparente (tensão muscular, taquicardia, sudorese, náuseas etc.)

Em muitos casos, a pessoa tenta lidar sozinha com esse mal-estar, mas não consegue sair do ciclo. Isso não é sinal de fraqueza, mas sim de que algo precisa ser escutado com mais profundidade.

Psicoterapia e psiquiatria: um caminho possível

Na minha prática clínica, costumo escutar a ansiedade não como um “erro” do corpo ou da mente, mas como um sinal de que algo precisa ser simbolizado, compreendido, elaborado.
A depender da intensidade dos sintomas, o tratamento pode envolver:
• Psicoterapia de orientação psicanalítica, como espaço para dar sentido ao que angustia e se repete;
• Avaliação psiquiátrica, quando há necessidade de aliviar sintomas com medicação, criando condições para o processo psicoterapêutico acontecer com mais segurança.
Esses dois caminhos não são opostos — pelo contrário, podem se complementar profundamente.

❓ Perguntas Frequentes sobre Ansiedade

“Mas sentir ansiedade não é normal?”
Sim, até certo ponto. A ansiedade faz parte da vida. Ela se torna um problema quando aparece com frequência, sem motivo claro, ou quando impede você de viver plenamente.

“É possível tratar ansiedade sem remédios?”
Sim, em muitos casos. A psicoterapia pode ser suficiente, especialmente quando há espaço para compreender o que está por trás da ansiedade. No entanto, em certos momentos, o uso de medicação pode ajudar a estabilizar os sintomas e facilitar o trabalho terapêutico.

“Se eu não sei por que estou ansioso, ainda assim devo procurar ajuda?”
Sim. Muitas vezes, a própria dificuldade de nomear o que sentimos é um motivo válido para buscar escuta e apoio. A psicoterapia ajuda justamente a dar forma àquilo que ainda não foi simbolizado.

Quer conversar sobre isso?
Se você sente que a ansiedade tem te acompanhado com mais força do que gostaria, saiba que não precisa lidar com isso sozinho(a).
📩 Entre em contato comigo. Vamos conversar.

Lorenzo Cogo Pereira
Psiquiatra e Psicoterapeuta
CRM-RS 30.376
RQE 31.695

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